As vantagens do uso da parede de concreto em prédios, principalmente em conjuntos residenciais, estão bastante debatidas, podendo-se arriscar dizer que são de conhecimento geral. Porém, o controle da qualidade da produção, a aceitação dos serviços executados e a liberação de novas atividades ou frentes ainda demandam muita atenção.
É óbvio que as equipes de controle da produção devem ser dimensionadas de forma que o ritmo de concretagem planejado seja atingido e mantido, com garantia de qualidade. Precificar essas equipes — salários, encargos e demais custos indiretos, aqui incluídos treinamentos e reciclagens — também faz parte das rotinas de planejamento das empresas.
Obter o rendimento esperado das equipes de controle da produção, incluindo o seu rastreamento de fato, já é outra questão. É tarefa que requer conscientização e persistência por parte da gestão técnica da obra. É um trabalho árduo contra a lei do menor esforço, mas que em momento algum pode ser negligenciado, sob risco de sérios prejuízos.
Determinar o custo do controle da produção para a obra como um todo, repetindo, é fácil. Já, por exemplo, remover um acessório da forma “esquecido” no concreto de uma fachada ou executar um reparo no concreto de uma fachada depois de retirado o equipamento auxiliar de montagem ninguém sabe quanto vai custar, quanto tempo vai demorar nem que danos de imagem podem advir do “problema”.
Fazer o quê? É preciso liberar a forma para manter o ritmo de concretagem… As equipes de montagem e de concreto não podem ficar paradas, esperando a execução de retrabalhos ou outras pendências, a programação de concreto não pode ser alterada, a meta tem de ser atingida, a medição está chegando e por aí vai… Só pressão!
A solução continua sendo o treinamento e a reciclagem das equipes de montagem. É preciso cumprir os procedimentos, verificar cada etapa concluída e só depois liberar o início da etapa seguinte. Se, apesar desse cuidado, algum retrabalho ainda se fizer necessário, ele deve ser feito antes da retirada da plataforma de trabalho.
Prever uma quantidade adicional do equipamento auxiliar para montagem — plataforma, guarda-corpo, linha de vida e tudo o mais que cada fabricante recomenda nesse sentido, para execução de eventuais reparos na fachada e para atendimento a outras pendências NÃO É SOLUÇÃO a ser considerada e de nada serve incluí-la no orçamento. Por que? Porque a montagem não pode perder a sequência e, mesmo que o pudesse, como seria feito o acesso da mão de obra ao trecho de plataforma deixado para trás para execução dos reparos?
Se um retrabalho numa fachada em parede de concreto se fizer necessário, uma cadeirinha, um andaime fachadeiro ou um balancim deverá ser utilizado, com segurança. Mas esse tipo de serviço tem custo e prazo de execução indeterminados, ou seja, implica prejuízo.
Checar a equipe de controle relacionada com a não conformidade não é uma opção: é obrigação. Os formulários do rastreamento, quando preenchidos no ato, são de grande valia para identificação dos problemas e, muitas vezes, indicam também as soluções. O planejamento deve prever o custo da reciclagem das equipes e da verificação da qualidade de todas as etapas concluídas, antes do início das etapas seguintes.
A ROTINA, nesse tipo de obra, É TUDO!
Eng. RENATO Fernando Brito VIEIRA